sexta-feira, 25 de julho de 2014

Sobre sentir: não se desculpem

Se formos viver tudo que aparece na nossa frente, acabaríamos caindo num vácuo, num vazio sem fim. Por isso trata-se de escolha. “Escolhi estar com você”. Escolhi... Mesmo não sabendo como serão as próximas horas, quem dirá o próximo dia, a próxima semana. E não me peça para dizer que não estou envolvida. Sou humana. Tenho sentimentos. Eu me envolvo. Depois de alguns beijos e umas noites mal dormidas, porém aconchegantes. Porque eu sou humana e a impressão que dá é que, por vezes, há que se pedir desculpa por se envolver. “Desculpa, me perdoa por esse deslize – me envolvi”. Não façamos isso. Não escondamos tantos nossos sentimentos. Demonstremos, sim, o quanto estamos interessados! Não confundamos liberdade com insensibilidade. Ninguém precisa se casar depois de uns beijos, ninguém precisa se prender – sem querer – depois de alguns encontros. Mas não caiam na tristeza de viver histórias individuais o bastante para deixá-los, enfim e infelizmente, menos humanos, menos cheios, menos inspirados. Decidam! Optem pelos caminhos que te façam transbordar mais amor e alegria e, quando conseguirem isso, tratem de compartilhar. Relacionar-se tem que ter qualquer coisa disso: de partilha e de emoção. E de amor, por que não? Amor no sentido mais amplo. Não se prendam a tantas construções sociais. Falaram, sim, para você, que alguém fica mais interessado quando você ignora, quando você deixa de correr atrás, quando você é difícil. Bobeira! Pessoas de verdade – e aqui não consigo fugir desse clichê mal explicado com um pouquinho de juízo de valor – querem apenas se elevar. E uma relação tem que trazer isso – mudança. Que dói, melhora, fortifica e, sobretudo, humaniza.

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