domingo, 12 de julho de 2015

Fragilidade

A imagem de uma boca tão bem delineada quanto os olhos amendoados mais bonitos que já pude ver de perto. O bigode em volta que se mexe cada vez que sorri, e sorri tanto, e volta a ficar sério, e sorri de novo, acompanhado de um risinho desses nervosos, desses que não sabemos, desses indecifráveis. Porque não é pra decifrar mesmo. Somos de poucas palavras – nos tornamos de muitas respirações. A mais forte que me desconcentra, a devagar que me arrepia, a pausada que me dá paz. Porque não é pra falar mesmo. Quando o silêncio não incomoda é um bom sinal – somos de muitos olhares. Você comenta sobre as cores dos prédios enquanto eu observo seus cachinhos se desfazerem entre meus dedos. Olho mais um pouco – desvio, desvia. Você me abraça, eu me deixo, você me aperta, eu entendo. A imagem de uma boca tão bem delineada indo ao encontro da minha. Encaixes, graças e percepções.